Linha do Tempo

1600

1623

Fundação da Irmandade da Santa Cruz dos Militares (ISCM).

1628

Construção da 1ª Igreja da ISCM no terreno em que antes havia uma pequena fortificação chamada Santa Cruz. O local cedido pelo então Governador da Capitania, Capitão-Mor Martim de Sá, deu lugar a uma capela, onde seria venerada a Santa Cruz e sepultados os corpos dos soldados que serviam na Vila de São Sebastião do Rio de Janeiro.
1700

1716

Toda a largura do terreno ocupado pela Igreja até o mar foi passado por Carta de Sesmaria às Irmandades da Santa Cruz dos Militares e de São Pedro Gonçalves, em 12 de fevereiro de 1716, pelo Governador da Capitania do Rio de Janeiro, General Francisco de Tavora. Por Carta Régia de 03 de outubro de 1722, el rei d. João V, confirmava a sesmaria à ISCM e à Irmandade de São Pedro Gonçalves, fazendo a mercê por meio de esmola.

1716
Imagem de São Pedro Gonçalves. Foto: Bruno Freitas.

1734

A Igreja da Santa Cruz dos Militares se tornaria Catedral do Rio de Janeiro, sede da sua Diocese.

1737

Mais uma vez a Igreja da Santa Cruz dos Militares seria a Catedral do Rio de Janeiro, sede da sua Diocese.

1770/1780

Início da construção da nova Igreja da ISCM. A ermida, já muito deteriorada e pequena para abrigar os associados, é substituída pela construção de uma novo prédio. Com projeto atribuído ao  engenheiro militar Brigadeiro José Custodio de Sá e Faria, traz uma nave central e corredores externos laterais com uma única torre.
1800

1811

Sagração da nova Igreja da Irmandade da Santa Cruz dos Militares, com a presença de d. João VI, então Príncipe Regente de Portugal, Brasil e Algarves.

1808
Richard Bate. Part of east side of Rua Direita, with the Church for the Military. Aquarela nº (13) 32, 135 x 214 mm. In: FERREZ, Gilberto. Aquarelas de Richard Bate: o Rio de Janeiro de 1808-1848. Galeria Brasiliana, Rio de Janeiro, 1965. p. 41-42.

1828

Em 3 de dezembro, D. Pedro I declara a Igreja como templo Imperial.

1840

D. Pedro II concede o título de Imperial Irmandade da Santa Cruz dos Militares.

1845

Um episódio ocorrido no templo repercutiu em todo o Rio de Janeiro, atraindo um número cada vez maior de fiéis à Igreja. A devoção ao Nosso Senhor Desagravado começou neste ano em razão de um acontecimento que envolveu , Augusto Frederico Correa, que fazia uma obra na Igreja. O artesão pusera-se a fazer desacatos em frente a uma imagem em tamanho natural do Senhor Morto. Ele afirmava que se Deus realmente existisse ele cairia morto naquele dia. Às 3 horas da tarde, Augusto Frederico sofreu um mal súbito com risco de morte. Durante três dias foi desacreditado pelos médicos. Todavia, no terceiro dia despertou sem nenhuma sequela. A notícia do acontecimento se espalhou. Ele foi levado à Igreja para fazer desagravos à imagem de Cristo morto. Por este ato de fé, até hoje é realizada uma missa em homenagem ao Senhor Morto que, na Igreja da Santa Cruz dos Militares, ficou conhecido por “Senhor Desagravado”.

1845

Senhor Morto que ficou conhecido na Igreja da Santa Cruz como Senhor Desagravado. Acervo ISCM. Foto Jaime Acioli.

1853

O atual templo religioso da ISCM passou por várias obras nos seus últimos duzentos anos. Em 1853, coordenada pelo renomado professor Antônio de Pádua e Castro, foram acrescentados ornamentos ao interior da igreja. Nos espaços vazios foram inseridos ornatos em relevo que representam as armas do Império, algumas condecorações brasileiras e portuguesas, os instrumentos musicais e objetos do martírio de Cristo.


Relevo das Condecorações do Império: Ordem do Cruzeiro, Ordem de d. Pedro I, Ordem da Rosa. Acervo ISCM.

1855

Criada, na Igreja da Santa Cruz dos Militares, a devoção à Nossa Senhora da Piedade. Contando com a proteção da imperatriz Teresa Cristina, devotas se reuniram e fundaram a Imperial Devoção de N. S. da Piedade, com o objetivo de orar para o fim da epidemia de cólera que ocorria no Rio de Janeiro e solicitar esmolas para os doentes acometidos pela peste.

 

1855
Diploma concedido as Irmãs pertencentes à Devoção da Nossa Senhora da Piedade. Acervo ISCM.

1869

Neste ano, houve a construção de um terraço na lateral esquerda da Igreja. A intervenção contou ainda com uma limpeza geral do templo que foi realizada por ocasião da celebração da Missa em ação de graças pelo fim da Guerra do Paraguai e retorno ao Brasil do conde D’Eu, então Provedor da Irmandade.

1892

Criada a devoção de Nossa Senhora das Dores e São Pedro Gonçalves com o objetivo de agregar os seus fiéis na Igreja da Santa Cruz dos Militares. Para fazer parte desta associação era preciso cooperar com o pagamento de pequena joia e espórtula mensal. Eram oferecidos às devotas o direito ao sepultamento e à ocupação de cargos honoríficos. A devoção, que por quase um século reuniu devotos de toda a cidade, realizava missas especiais e participava com seu estandarte de procissões em datas festivas.

1892
Estandarte da devoção. Acervo ISCM.

Folheto com a descrição do Cerimonial para admissão de novos devotos na Devoção de Nossa Senhora das Dores e São Pedro Gonçalves. Acervo ISCM.

1900

1914

Entre janeiro de 1914 e maio de 1915 foi executado  o “Plano Geral de Restauração e Reconstrução da Igreja da Santa Cruz”, elaborado pelo Major Alfredo Vidal, com auxílio de Walter Barth. O projeto previa a substituição do madeiramento do telhado por lajes de cimento, a troca do piso por material cerâmico (tipo mosaico romano), a substituição da vidraça do coro por um vitral, retratando Jesus na Cruz. As ornamentações foram assinadas pelo escultor e estucador Woldemar Bogdanoff.

 

1914
Vitral que substituiu a antiga vidraça. Foto: Jaime Acioli.

1922

O ano de 1922 foi marcado pelas comemorações do centenário da Independência do Brasil. A Igreja da ISCM não ficou de fora das homenagens feitas a nossa emancipação política e promoveu, no dia 07 de abril, a conferência “O catolicismo na história do Exército e da Armada Brasileira”. A solenidade contou com a participação do Presidente da República Epitácio Pessoa e convidados ilustres. O evento fazia parte do conjunto de atividades propostas pelo arcebispo coadjuntor de São Sebastião do Rio de Janeiro, d. Sebastião Leme, que defendia uma maior participação dos católicos na vida do país.

 


Confrades da Irmandade recebem o Presidente da República, Epitácio Pessoa, no saguão da igreja. Acervo ISCM.

1923

Em 15 de abril, a Igreja da Santa Cruz dos Militares foi incorporada à Sacrossanta Basílica do Vaticano, em Roma. A união do templo da ISCM à Basílica do Vaticano representa uma grande conquista para a Irmandade, na medida em que a partir da agregação são concedidas à Igreja todas as indulgências e graças espirituais conferidas à Sacrossanta Basílica. De modo que, orar na igreja da ISCM é como se o fiel estivesse fazendo suas orações na própria Basílica, em Roma.


Detalhe da fachada frontal da Igreja com a inscrição na placa de mármore da Agregação à Basílica do Vaticano. C. 1923. Acervo Fundação Biblioteca Nacional.

 

Na noite de 29 de agosto, ocorreu um incêndio na Igreja que destruiu grande parte da talha de madeira do Altar-mor. No relatório de investigação sobre o incêndio não foi possível concluir sobre a causa do sinistro. A Igreja passa por uma grande obra após o incêndio de 1923. Nesta obra, coordenada pelo arquiteto Walter Barth, foram refeitas, em cimento armado, as colunas do Altar-mor e o trono em que fica a imagem da Nossa Senhora da Piedade.

 

1923a
Jornal A Noite, 29 de agosto de 1923. Acervo Fundação Biblioteca Nacional.

1934

Um sonho de muitos anos dos Irmãos da ISCM era a aquisição de um órgão de tubos para a Igreja. Na década de 30, foram feitos estudos e orçamentos para a compra do instrumento musical. Foi então escolhida a empresa do organeiro Guilherme Berner para confeccionar um órgão pneumático, especialmente elaborado para a Igreja da Santa Cruz dos Militares.  O instrumento, composto por 1100, tubos foi inaugurado em grande estilo com um concerto do organista F. Barth.

 


Anúncio da empresa Guilherme Berner sobre o órgão da Igreja, em 01 de outubro de 1934. Acervo ISCM.

1938

A Igreja da Santa Cruz dos Militares é registrada como bem tombado em 22 de julho de 1938.  O instituto do tombamento de bens imóveis foi criado pelo Decreto Federal nº 25, de 30 de novembro de 1937, que organiza a proteção do patrimônio artístico nacional. Define ainda que o Serviço do Patrimônio Artístico Nacional, atual Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), será o órgão responsável pela inscrição nos Livros do Tombo daqueles bens móveis e imóveis que, ligados a fatos da história do Brasil, por seu valor arqueológico ou etnográfico, bibliográfico ou artístico, passam a ser considerados de interesse público.

1946

Missa em Ação de Graças pelo fim da Segunda Guerra Mundial e retorno dos militares que serviram na Força Expedicionária Brasileira. A ISCM ainda prestava uma homenagem aos seus Irmãos que se juntaram aos Aliados no conflito. Na ocasião, os Irmãos ex-combatentes receberam medalhas de bronze comemorativas ao 1º Centenário do Senhor Desagravado e o emblema da Irmandade.


Medalha Comemorativa do Centenário do Senhor Desagravado. Acervo ISCM. Foto: Jaime Acioli.

 

Homenagem aos combatentes da 2º Guerra Mundial

O Relatório do Irmão Provedor da ISCM, General Aurélio Amorim, apresentado por ocasião da posse da Mesa Administrativa de 1946 e relativo ao compromissório de 1945, relaciona os nomes dos Irmãos que lutaram na Itália.

Coronel Armando de Moraes Ancora
Coronel Samuel da Silva Pires
Tenente Coronel Carlos Flores de Paiva Chaves
Tenente Coronel Adalberto Pereira dos Santos
Major Dr. Rafael de Souza Aguiar
Major Ney Caldas Cerqueira
Major Antonio de Mendonça Molina
Major Alcyr D’Avila Mello
Capitão Vicente de Paulo Dale Coutinho
Capitão Renato Augusto de Castro Moniz de Aragão
Capitão Julião Muller Neiva de Lima
Capitão Manoel Expedito Sampaio
Capitão Arthur Napoleão Montagna de Souza
Capitão Cesar Montagna de Souza

1946a

Brasileiros que lutaram na Itália são saudados na Av. Rio Branco, no Rio de Janeiro, em julho de 1945. Acervo Arquivo Histórico do Exército.

1949

No mês de agosto, ocasião em que se comemora o Dia do Soldado, ocorreu o traslado dos restos mortais do duque e da duquesa de Caxias, entre o cemitério do Catumbi e o Pantheon, construído em frente ao Palácio Duque de Caxias, antiga sede do Ministério da Guerra. Foram vários dias dedicados ao evento que homenageava o Marechal Luiz Alves de Lima e Silva. A urna fúnebre foi levada à Igreja da Santa Cruz dos Militares para realização de ato religioso.

1949
A urna com os restos mortais do duque de Caxias, coberta com a bandeira do Brasil, ficou exposta na nave da Igreja, homenagem ao grande soldado brasileiro que foi também Provedor da Irmandade da Santa Cruz dos Militares, nos anos de 1848 e 1871. Revista da Semana. Nº 36, p. 57. 03/09/1949. Acervo ISCM.

1966

Foi inaugurada, no dia 27 de janeiro, a Sala de Exposições da Irmandade, que reunia grande parte do seu acervo museológico. O primeiro Diretor do Museu foi o Irmão Benemérito General Oswaldo dos Santos Dias.

1973

Início da festa em louvor e homenagem ao Bom Jesus dos Aflitos, que ocorre em 6 de agosto. Atualmente, é uma das maiores comemorações religiosas que acontece na ISCM. Neste dia, há missas de hora em hora, atraindo dezenas de devotos do orago. A escultura do Bom Jesus dos Aflitos pertencia ao então capelão da época, monsenhor José Antônio Gonçalves de Resende, que a trouxe para a Igreja em 1951.

 


Cartaz de divulgação da festa do Bom Jesus dos Aflitos. Acervo ISCM.

1984

Reinauguração da sala de exposições na lateral direita da Igreja. Mais tarde, registrada no Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM) como Museu Sacro-Militar.
2000

2007

O órgão da Igreja da Santa Cruz dos Militares foi restaurado pela família Artesã Rigatto & Filhos e levou dois anos para sua conclusão. Na reinauguração do instrumento musical, houve um concerto com a organista Bridget Moura e Castro e a flautista Beatriz Magalhães Castro.

 

2007
Órgão instalado no Coro da Igreja, restaurado em 2007. Foto: Bruno Freitas.

2013

A Cruz Peregrina, um dos símbolos da Jornada Mundial da Juventude, chegou na Igreja da Santa Cruz dos Militares na tarde do dia 24 de julho.

 

2013a
Funcionária da ISCM, Maria de Jesus, emocionada ao lado da Cruz Peregrina. Foto: Guilherme Nunes Ferreira.